Kamala Harris tem a chance de fazer a coisa certa em relação a Gaza

A Vice-Presidente Kamala Harris, que herda o legado sangrento de Biden juntamente com seu papel como candidata presumida do partido, agora tem uma oportunidade única de traçar um novo caminho para seu partido e para o país. Após meses de horrores indizíveis, os Democratas têm a chance de mostrar aos eleitores que são, mais uma vez, capazes de fazer o que é certo ao pôr fim à guerra de Israel contra Gaza e garantir um cessar-fogo permanente e imediato. Harris deve usar a visita de Netanyahu para denunciar publicamente a campanha genocida de Israel e mobilizar os membros do Congresso para sua causa. Privadamente, Harris precisa convencer Biden de que ele sozinho é capaz de encerrar a guerra cortando o principal fornecimento de armas e inteligência de Israel.

Harris já expressou preocupação com o tratamento dos palestinos. Ela disse que os manifestantes pró-Palestina estavam "demonstrando exatamente qual deveria ser a emoção humana" em relação a Gaza, ao mesmo tempo em que alertava que não concordava com tudo o que tinham a dizer. Em março de 2024, Harris se tornou o rosto das crescentes chamadas da administração por um cessar-fogo—embora temporário e insuficiente. Até agora, no entanto, ela se afastou de Biden mais em tom do que em substância. Seu histórico (pouca experiência em política externa) e comentários anteriores sobre Israel sugerem…   que ela pode estar inclinada a seguir a trajetória atual da administração.

A maioria dos eleitores agora desaprova a maneira como Biden está lidando com questões de política externa. Sete em cada dez eleitores prováveis apoiam um cessar-fogo permanente e a desescalada do conflito em Gaza, que corre o risco de se transformar em um conflito regional. Ao apoiar um cessar-fogo e uma pausa no envio de armas, Harris pode mostrar aos eleitores que está disposta a encontrá-los onde estão: que ela viu as imagens e relatos que nós vimos e continuamos a ver de forma contínua. Sem pôr fim à guerra, os Democratas terão dificuldade em argumentar que um mal maior existe em Trump e seu partido.